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Misticismo e Tradição: Uma Jornada Pelas Culturas Espirituais do Mediterrâneo, África e Oriente

  • Foto do escritor: Xavier Redo Verdaguer
    Xavier Redo Verdaguer
  • 16 de jul.
  • 4 min de leitura
Culturas ancestrais: Turquia, Olhos Turcos - um amuleto ancestral contra o mau-olhado, ainda hoje pendurado em portas, berços e entradas de casas
Culturas ancestrais: Turquia, Olhos Turcos - um amuleto ancestral contra o mau-olhado, ainda hoje pendurado em portas, berços e entradas de casas

O misticismo faz parte de muitas das culturas que banham o Mediterrâneo. Mais além, em terras africanas ou do longínquo Oriente, as raízes do mágico são ainda mais profundas e tangíveis. Na Adesejada, quisemos incorporar esse mundo espiritual que une tantas culturas e que é o foco dos nossos desejos de viagem. Vamos, então, neste artigo, fazer uma pequena viagem para revelar algumas dessas particularidades místicas — muitas delas ainda vivas em um mundo contemporâneo.


Em toda a região do Mediterrâneo, encontramos exemplos claros de culturas e religiões ancestrais cujas crenças se elevavam ao místico. Associados a elas, amuletos, protetores espirituais e rituais se desenvolveram nas margens de um mar que, ao longo da história, uniu ou confrontou povos. Alguns desses objetos protetores chegaram até os nossos dias.


Se você visita a Turquia, é comum encontrar nos bazares, repletos de lâmpadas exóticas e tapetes tecidos à mão, o famoso “olho turco” (nazar boncuğu) — um amuleto ancestral contra o mau-olhado, ainda hoje pendurado em portas, berços e entradas de casas.

Mais ao sul, na Grécia e no Líbano, surgem símbolos semelhantes: mãos de Fátima, cruzes de coral, ramos de oliveira sagrada — cada um carregando em si a memória de um povo e sua ligação com o invisível.


Nas margens do norte da África, o Magrebe preserva rituais antigos, onde o espiritual se mistura com o cotidiano. Amuletos berberes, talismãs com inscrições em árabe, contas de âmbar e prata são usados como proteção e herança. Tudo tem significado. Nada é apenas decorativo.


Se seguimos rumo ao Oriente, percebemos que a maioria das culturas de origem asiática celebra cotidianamente cerimônias profundamente ligadas ao místico e carregadas de espiritualidade. Em todo o Sudeste Asiático, além do budismo como religião oficial, grande parte das comunidades estabelecidas às margens dos rios Mekong e Chao Phraya pratica o animismo. A crença no sobrenatural se manifesta de forma visível: casas dos espíritos junto às moradias, tatuagens de proteção, rituais de fertilidade em templos e cavernas, além de uma infinidade de amuletos com função protetora.


Mais ao norte, na China meridional, sua cultura milenar considera que amuletos esculpidos em jade oferecem proteção. Ao explorar os mercados locais, as barracas com pingentes, pulseiras de jade e moedas antigas chamam a atenção daqueles que buscam paz na tradição simbólica de uma cultura ancestral.


Subindo ainda mais, onde o budismo convive com o taoismo, o feng shui se torna evidente. Ambientes internos e externos são pensados de forma a repelir energias negativas, com o propósito claro de configurar atmosferas que tragam equilíbrio, prosperidade e bem-estar para quem ali vive.

Na tradição tailandesa, os tatuagens sagrados conhecidos como Sak Yant carregam séculos de espiritualidade, proteção e conexão com forças invisíveis
Na tradição tailandesa, os tatuagens sagrados conhecidos como Sak Yant carregam séculos de espiritualidade, proteção e conexão com forças invisíveis

Embora este caldeirão de culturas — que se estende das margens do Mediterrâneo às costas do Mar da China — conviva, em maior ou menor grau, com essas práticas místico-religiosas, África e os povos indígenas ao redor do mundo elevam o misticismo e o sobrenatural a um outro estado de energia.


É no continente que acolheu o nascimento da humanidade que a busca pela proteção se glorifica. Marcando, inclusive, o legado daqueles que, pela força, foram arrancados de sua terra e empurrados para um futuro incerto e de horror. Os símbolos africanos de proteção são parte integral das culturas tradicionais do continente e refletem sabedoria ancestral, espiritualidade e vínculos profundos com a natureza.


Um dos sistemas simbólicos mais conhecidos é o dos símbolos Adinkra, presentes em tecidos, esculturas, cerâmica, joias e arquitetura, mas existem muitos outros em diferentes regiões e tribos. Outros, amplamente conhecidos até por culturas mais distantes como a nossa, são as máscaras rituais usadas por muitos povos, como os Dogon, Yoruba, Bantu, Igbo, Fang, Baulé e outros. Estas máscaras possuem funções espirituais e protetoras, acreditando-se que canalizam espíritos ancestrais ou da natureza para proteger a comunidade ou o indivíduo.

Entre as falésias de Bandiagara, no Mali, o povo Dogon preserva uma das tradições espirituais mais profundas da África Ocidental: o ritual das máscaras

Esse sentimento espiritual é tão forte que as culturas afro-brasileira e afrocubana são riquíssimas em sincretismo e espiritualidade, sendo ambas o resultado direto da diáspora africana, especialmente da África Ocidental e Central. O sentimento místico-religioso africano, que une proteção, conexão espiritual, ancestralidade e símbolos, manteve-se vivo e foi resignificado nesses territórios.


Além disso, no Brasil, as culturas indígenas também carregam uma profunda ligação com o mundo espiritual e a natureza, expressando-se em rituais, símbolos e objetos de proteção. Cada povo indígena possui seus próprios mitos, amuletos e práticas que valorizam a conexão com os ancestrais, os espíritos da floresta e os elementos naturais, fortalecendo um vínculo sagrado que preserva a identidade cultural e espiritual dessas comunidades.


Assim, o Brasil é um território onde a espiritualidade ancestral africana e indígena coexistem e se enriquecem mutuamente, formando uma teia viva de proteção, fé e simbolismo que ressoa até os dias atuais.


É por isso que, na Adesejada, humildemente queremos prestar homenagem àquelas culturas onde o místico, o espiritual e o divino fazem parte de uma realidade importante para o indivíduo. Acreditamos que esses valores transcendem o tempo e o espaço, conectando-nos com nossas raízes mais profundas e com a energia que nos cerca.

Por isso, cada peça que criamos não é apenas um objeto, mas um símbolo carregado de significado e respeito por essas tradições ancestrais. Convidamos todos que nos acompanham a descobrir, valorizar e compartilhar a riqueza espiritual presente no artesanal, no autêntico e no feito à mão.

Porque além da beleza, está a história, a proteção e a alma que damos a cada detalhe. Assim, juntos, tecemos pontes entre culturas, mantendo viva a conexão com o sagrado e o verdadeiro.

 
 
 

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